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Conheça o trabalho da dupla Carlos Bocai & Julia Aguiar, do Rio de Janeiro, que fundaram um estúdio nômade de design.

“Para conseguirmos trabalhar com profissionalismo e qualidade, enquanto nos desenvolvendo como designers independentes, a natureza nômade do nosso estúdio nos instiga a pensar em novas formas de lidar com nossos clientes, de se fazer um projeto ou adaptar o processo à um contexto específico.”

Como vocês dois entenderam que design era algo que vocês deveriam fazer na vida?

Carlos Meus pais sempre falaram que desde muito novo eu nunca repetia aquelas clássicas respostas que toda criança fala, quando perguntada o que quer ser quando crescer: astronauta, bombeiro, policial. A minha resposta desde que me entendo por gente sempre foi que queria trabalhar no computador. Quando fui crescendo, fui descobrindo um pouco mais as nuances das profissões e o que aquele ”trabalhar no computador” poderia significar. Ao longo da vida escolar fui percebendo que constantemente buscava os caminhos mais visuais. Nos trabalhos em grupo era sempre o responsável pela capa ou o apresentação em PowerPoint.

Carlos Bocai

No Ensino Médio eu já tinha certeza do que era Design, e acabei sendo responsável por diagramar a Revista dos Alunos. Em todos esses momentos eu explorava e investigava ao máximo os softwares, via muitos tutoriais, tinha uma vontade gigante de desvendar esse mundo. As coisas acabaram acontecendo meio rápido. No 2º ano, o entrevistado do mês dessa Revista era o Rony Meisler, co-fundador da Reserva. Ao ver a revista e descobrir que eu era o responsável pela diagramação, ele me convidou para fazer uma estampa para a marca e, caso curtisse, produziria algumas peças promocionais para o Colégio. No final 100 camisas foram produzidas e distribuídas para os alunos. Não sei o que impressionou, pois a Revista era mal diagramada [haha], mas foi uma experiência incrível para um menino de 15 anos. Acho que esse foi o empurrão que eu precisava para decidir fazer Design.

Sempre fui muito crítico com o modelo educacional e no 2º ano já não aguentava mais estudar tudo aquilo se eu já tinha certeza do que queria. Foi aí que decidi me antecipar e foquei todos os meus esforços em passar no vestibular da PUC e fazer um processo de aceleração de estudos para entrar o quanto antes na universidade. Deu tudo certo e em 2012 estava lá eu, com 16 anos, o calouro mais novo da PUC.

No curso de Design da PUC, fui desconstruindo a ideia de que Design era algo estritamente visual. Um processo confuso mas muito enriquecedor. Lá, aprendi a metodologia do Design centrado no ser humano, entendendo o potencial para gerar impacto positivo no mundo, independente da natureza do projeto. Hoje aplicamos muito disso na prática. Gostamos de ouvir as pessoas, imergir no contexto, e mesmo num projeto de branding, buscar criar uma marca que tenha um impacto o mais positivo possível na sociedade. Hoje tenho cada vez mais certeza de que escolhi a coisa certa.

Carlos Bocai e Julia Aguiar.

JULIA Isso é engraçado, porque já eu, quando pequena, queria ser ou arqueóloga ou astronauta. Inclusive tinha um grupo de estudos no recreio pra ficar na biblioteca lendo livros de ciência (pouco nerd?). Ao mesmo tempo, minha madrinha, que sempre foi uma segunda mãe pra mim, foi uma grande influência artística na minha vida. Então eu sempre transitei entre esses dois mundos, da arte e das “ciências”, digamos assim. Meus pais sempre me apoiaram, apesar de não ter ninguém da área criativa na minha família. Bom, tinha um tio-avô, o Guima, e ele incentivou essa veia artística na minha madrinha quando ela era mais nova.

Julia Aguiar

Foi ele quem a levou aos grande museus do mundo e passou todo o conhecimento que tinha sobre arte. Anos depois, ela fez o mesmo comigo. Mesmo trabalhando com odontologia, nosso programa favorito sempre foi tentar fazer tudo que passava no Art Attack, passar o final de semana desenhando, construindo, enfeitando álbuns de fotografia, até que eu entrei em uma aula particular de pintura à óleo e fiz isso por 5 anos. E isso reflete muito o meu processo criativo hoje, gosto de colocar a mão na massa, experimentar materiais diferentes e começar tudo pelo papel.

Quando ouvi falar pela primeira vez em curso de Design, inicialmente achei que eu ia fazer algo relacionado à belas artes. Mesmo que eu não tivesse a maturidade suficiente pra saber a amplitude de possibilidades no mundo da arte, eu tinha esse sentimento que eu queria algo mais do que desenhar e pintar. Então pesquisei no Google sobre “desenho industrial“ pela primeira vez e pronto! Bateu, sabe?

Minha tia me apresentou à um escritório de design gráfico e type design chamado Niramekko. Ex-escritório do Rodrigo Saiani, que hoje tem a Plau, junto com o irmão, Gustavo, que hoje tem a POEMA. Quando os conheci tive certeza que era isso que eu queria fazer. Passei o dia olhando os livros de design que mudariam minha vida em alguns meses: “Pensar com Tipos”, “Elementos do Estilo Tipográfico”, “História do Design Gráfico”, entre outros. Ellen Lupton virou minha ídola e é até hoje.

A princípio, eu queria ir pra ESDI. A internet falava muito dos anos dourados do design brasileiro e dos grandes nomes que passaram por lá, mas acabei passando só pra UFF e PUC, o que hoje considero como sendo meu destino. Não imagino quem eu seria ou com o que eu estaria trabalhando dentro do design se não fosse pela PUC – justamente por esses pontos todos que o Cadu falou e porque, diferente do que a escola tinha me ensinado, eu podia misturar os universos que me interessavam. Seja arte, design ou tecnologia.

Meu projeto de graduação, por exemplo, foi completamente teórico e especulativo: uma tese sobre as perspectivas de tecnologias de inteligência artificial e machine learning aplicadas aos novos tipos de literatura digital – e isso ainda é design.

Cartão de visita da ANYWHERE.

Como vocês se conheceram?

CARLOS Nos conhecemos na PUC, mais especificamente quando a Julia estava na Empresa Júnior e era minha monitora em uma das aulas. No período de processo seletivo da EJ, a Julia veio falar comigo e explicar um pouco como funcionava e me convidou para participar. Acabei passando e desde então trabalhávamos juntos, eu como trainee e ela como minha gerente. Durante esse tempo, percebemos que havia uma sintonia de trabalho entre nós. Ao sairmos da EJ, fizemos uma aula de projeto juntos e decidimos fazê-lo em dupla (O Banquete). Depois disso, comecei a convidar a Julia pra fazer os freelas que apareciam. O primeiro foi um Catálogo (ARO). Eu sempre tive o costume de colaborar com diferentes designers em freelas, mas depois do primeiro trabalho profissional com a Julia percebi que de fato nos complementávamos muito bem. Costumo dizer que ela é minha alma gêmea profissional [risos].

Tote bag ANYWHERE.

JULIA Total! A EJ era um universo muito diferente, foi uma experiência única e que não só nos apresentou, mas criou toda nossa rede de contatos profissional de hoje. Uma das coisas que eu mais gosto na nossa dinâmica é que ambos gostamos muito de pensar e criticar o nosso cenário, metodologias, mercado, as coisas que estão acontecendo no mundo. Acho que esse é o grande motivo de termos dado tão certo, essa troca constante faz a gente ficar em sintonia.

Inclusive, nessa época que nos conhecemos na EJ, onde eu era gerente de projetos, consultora de design e capacitora do Cadu, sem dúvidas foi uma das épocas mais workaholics da minha vida – não muito saudável, diga-se de passagem. Enfim, “capacitador” era a pessoa que acompanhava a adaptação do trainee na área de atuação dele dentro da empresa. Então, basicamente, tínhamos uma hora reservada pra falar, discutir e pensar sobre design. Hoje fazemos isso 24/7, acho que vejo e falo mais com ele do que com meus pais até [risos].

Eu até brinco que o Cadu é muito mais midiático que eu. Do tipo que já vai pro rolê pensando no post. A real é que a gente ter se conhecido foi algo muito bom pra mim, que me auto-intitulo ‘socially awkward’ e tenho uma hashtag que me define como ‘bad at self promoting’. Às vezes você precisa dessa ‘alma gêmea profissional’ para poder evoluir em outros pontos pessoais também.

Sacola transparente desenvolvida para Fowz.

Por que decidiram criar uma nova empresa de design?

CARLOS Ainda é um pouco estranho ouvir “criar uma nova empresa de design“. A gente nem sabe direito como se denominar, na verdade. Tudo acabou acontecendo de uma maneira muito fluida. Acho que nem caiu a ficha ainda que na verdade é isso que estamos fazendo, mesmo que seja de uma maneira bem menos convencional.

Nós dois já trabalhamos em escritórios grandes e pequenos aqui no Rio, tivemos algumas experiências e fomos entendendo o que de fato gostaríamos de continuar fazendo. Sempre levamos os freelas em paralelo com os empregos fixos, mas chegou um momento em que esses projetos começaram a ser maiores e demandar mais tempo de nós. Consequentemente, a remuneração foi aumentando e a partir de um determinado momento percebemos que poderia ser mais rentável focar 100% nesses projetos paralelos. E honestamente, acho que o pontapé inicial foi uma motivação financeira mesmo, acho que ambos nos decepcionamos um pouco com a remuneração padrão de um designer na cidade e percebemos que de fato havia muitos projetos legais chegando e que conseguiríamos gerar uma renda melhor dessa maneira.

Foto por SWEAT Projects / Direção criativa: ANYWHERE.

CARLOS A partir desse ponto, focamos nos freelas e conseguimos atender ainda mais clientes. Ainda não precisamos prospectar, temos como princípio deixar a impressão mais positiva possível nos clientes ou quaisquer stakeholders e a maioria dos projetos tem chegado por indicação – o que é muito gratificante.

Em paralelo a tudo isso, depois de passar um mês trabalhando no Atolón de Mororoa, no Uruguai, durante as férias, uma vontade gigante de buscar uma carreira fora do país começou a crescer dentro de mim. Sempre tive esse sonho distante de um dia trabalhar em NY. O sonho começou a parecer cada vez menos impossível com todas os reconhecimentos impensáveis que rolaram em 2017, como ser selecionado para o Young Talent no LAD Fest, ter uma experiência de trabalho em um estúdio fora do país e colaborar como freelancer em um projeto para o estúdio dos sonhos: Sagmeister & Walsh.

Como nosso modelo de trabalho “out of office“ abre a possibilidade de viajarmos e continuarmos trabalhando juntos, resolvi dar uma chance a essa ideia assim que me formei, em dezembro de 2017. Passei um mês em NY e fui aceito para uma vaga de estágio na Gretel, onde trabalho há 4 meses. Depois disso, eu e Julia conversamos e decidimos seguir com nossa parceria e assumir de fato essa natureza nômade. Eu sou muito novo, e a minha vontade é de aprender cada vez mais com as melhores pessoas do mercado, continuar crescendo constantemente e aplicando isso na ANYWHERE.

Na ANYWHERE, enxergamos o designer com uma responsabilidade social, como qualquer outro ser humano, e entendemos que marcas também têm esse papel na comunicação com seu público. Por isso, independente da natureza do projeto, buscamos soluções com um impacto o mais positivo e relevante possível, dentro daquele contexto. Seja a partir de um posicionamento mais inclusivo, escolha de materiais ou representatividade na comunicação. Constantemente buscamos alguma forma de colocar no mundo uma marca que não seja nociva e contribua de alguma maneira para o momento em que vivemos.

Foto por SWEAT Projects / Direção criativa: ANYWHERE.

JULIA Na verdade, eu e Cadu vivemos também momentos muito distintos nas nossas vidas pessoais. Eu namoro a mesma pessoa à distância há 8 anos e ficamos noivas ano passado. Sempre esteve nos meus planos muitas passagens aéreas e também juntar dinheiro pra irmos morar juntas. Sair de um emprego aparentemente estável, em uma empresa de design, foi um tiro no escuro, com certeza. Mas temos um amigo que sempre nos disse que “se você está deixando de fazer algo só por medo, é sinal de que você deve fazê-lo”. Então fizemos e aqui estamos! Demoramos um pouco pra entender que não estávamos só fazendo freelas juntos, “sem compromisso”, mas sim construindo algo muito maior e duradouro.

Com o tempo, fomos percebendo que não precisávamos seguir os padrões de mercado, como o clássico processo de abrir um CNPJ, alugar um espaço, contratar gente, essas coisas. Nos incomodava a possibilidade disso nos prender cada vez mais à um lugar só, ao Rio de Janeiro ou ao Brasil.

A real é que nenhum de nós dois quer abrir mão dos planos de ter experiência fora do país ou entrar em um grande escritório – como é caso do Cadu – ou ainda em focar em um mestrado em breve – que é o meu caso. Assumir esse compromisso de um estúdio sério, enquanto ainda temos tanto pra aprender com outros designers mais experientes que nós, parece quebrar a nossa curva de aprendizado muito cedo.

Linguagem visual para a banda OutroEu.

JULIA Queremos continuar trabalhando juntos independente de onde cada um estiver no mundo, e que o fato de ter um estúdio juntos não fosse impedimento de aproveitar as oportunidades que podem surgir. E, além disso, poder trabalhar com diferentes pessoas que admiramos em cada projeto, chamando quem a gente acreditasse se adequar mais à cada um deles. Ninguém te fala que isso é “permitido” ou que pode dar certo, mas fomos provando para nós mesmos que, no nosso caso, dá certo sim. Já fizemos etapas inteiras de projeto enquanto eu estava em Brasília ou fazendo trilhas no Peru, e o Cadu estava em NY ou em Montevideo.

Para que possamos fazer a coisa andar, com profissionalismo e qualidade, enquanto continuamos nos desenvolvendo como designers independentes, essa natureza nômade do nosso estúdio nos instiga a ficar pensando em novas formas de lidar com clientes, de se fazer projeto ou adaptar um processo à um contexto específico. É um aprendizado constante, mas acreditamos muito que todo projeto é uma oportunidade, e que o designer tem um papel essencial de educar o próprio mercado. A ANYWHERE nasceu disso e estamos animados com esse novo momento.

Nova edição do livro O Banquete de Platão.

Qual o projeto mais desafiador que fizeram juntos, e como conseguiram atingir o resultado ideal?

Recentemente, tivemos a oportunidade de desenvolver a identidade visual do Arp, restaurante do Hotel Arpoador. O restaurante está se preparando para inaugurar e, por isso, ainda não podemos divulgar o que foi feito.

O Hotel fica ao lado da pedra do Arpoador, onde não é permitida a entrada de carros na rua. O restaurante fica no primeiro andar, de um lado com vista para a praia, e do outro com vista para a rua. Pode-se dizer que ele faz parte da fachada turística do Rio de Janeiro há muitos anos e, agora, irá passar por uma grande reforma.

Daí surgiu a oportunidade, mas também um grande desafio: assumir, ainda que recém-formados, a responsabilidade de criar para um cliente do porte do Grupo Arpoador e, para o projeto de um restaurante a ser comandado pela Roberta Sudbrack – uma das maiores chefs de cozinha do Brasil. Além disso, em todo o processo já estavam envolvidos nomes experientes do mercado no seu desenvolvimento em outras partes (arquitetura, sinalização, decoração, etc.)

Naming dinâmico para a marca de roupa R&D.

A verdade é que a nossa contratação foi uma grande aposta do cliente por uma combinação de fatores, que vão desde uma boa conversa inicial, demonstrando pessoalmente maturidade e um determinado nível de experiência para pegar tal projeto, até o fato de sermos jovens e, por isso, na visão do cliente, apresentamos um olhar diferente sobre o antigo Arpoador. Então, além das expectativas, nossa noção de responsabilidade foram altas.

Para nós, foi um grande contraponto entre o que estávamos acostumados a trabalhar com - empreendedores e novos negócios - e, pela primeira vez, irmos de encontro com um processo de aprovação mais complexo, demorado, comum de empresas de grande porte.

Tudo que fosse desenvolvido passaria por diferentes grupos de pessoas, para as quais não necessariamente teríamos a oportunidade de apresentar nosso caso, para aprovação da etapa. Então toda reunião era uma prova, do quanto confiávamos no que havíamos criado, e no quão articulados conseguiríamos ser pra vender essas ideias para o grupo e responder à todas as questões que fossem levantadas, assumindo o que chamamos de “posição de especialista” – que é, na verdade, mostrar o seu valor e conquistar de fato a confiança do cliente no seu trabalho através disso.

“Confiar muito no seu processo e estar preparado sim para defendê-lo com todos os argumentos que te levaram à tal resultado, mas também, entender que você não é um gênio criativo e o cliente não é seu inimigo.”

No final das contas, foi um projeto desafiador, mas de muito amadurecimento profissional. A verdade é que, se você compra a briga, tem que mergulhar de cabeça. Confiar muito no seu processo e estar preparado sim para defendê-lo com todos os argumentos que te levaram à tal resultado, mas também, entender que você não é um gênio criativo e o cliente não é seu inimigo – pelo contrário, as motivações podem ser diferentes, mas vocês querem a mesma coisa. Então, tenha paciência e humildade, aprenda a ouvir, mas se faça ser ouvido, ganhe seu lugar de respeito, mas respeite as críticas que chegam até você. O resultado ideal nunca vai ser a primeira coisa que você idealizou e isso faz parte do processo.

Cartões de visita para R&D.

Se cada um de vocês pudesse guiar um novato na área nesse exato momento, qual seria o primeiro conselho?

CARLOS “(Quase) Nada é inalcançável.” Se você tem um sonho ou objetivo, mesmo que ele pareça gigante, se prepara para isso, prepara o seu trabalho e como você o apresenta para chegar lá. Claro que privilégios e oportunidades facilitam e reconheço os meus. Mas bota a cara a tapa, corre atrás, vai na palestra do seu ídolo e fala com ele no final, envia 100 e-mails, reenvia, às vezes quem você menos espera vai te responder. É meio clichê isso, mas eu de verdade acredito que o “não“ você já tem, então corre atrás de um sim.

Talento não é tudo, a sua postura profissional e o quanto você demonstra e se prepara contam tanto quanto ou às vezes até mais. A gente costuma se comparar muito com os designers gringos ou referências, mas experiências internacionais me fizeram perceber como a formação do designer brasileiro, mesmo sem toda a infraestrutura dessas faculdades gigantes, pode ter uma qualidade equivalente ou até maior às vezes em alguns aspectos, o que pode gerar um diferencial profissional competitivo a nível internacional. Além disso, design é uma constante atualização, então é importante nunca se estagnar ou estagnar sua curva de crescimento. Tudo pode ser referência: exposições, livros, uma caminhada na rua, filmes que você assiste ou até uma conversa com um amigo. É essencial se manter curioso, treinar seu olho e ir aprimorando sua análise crítica visual.

Cartazes para R&D. Foto por Lucas Luz

JULIA “Entenda o tempo das coisas”. É um processo, mas é o conselho que eu daria pra mim mesma quando mais nova e gostaria que me lembrassem disso mais vezes até hoje, sabe? Reconhecer seu próprio tempo é ter paciência consigo mesmo, parar de se cobrar tanto por coisas que ainda não alcançou e dar valor ao quanto você evoluiu pra chegar onde está. É se dar uma chance e ver que você está exatamente onde deveria estar agora. Mesmo que não seja o que você idealizou, por algum motivo, você está aqui. Então aproveite o presente e preste atenção aos arredores. Se entregue e agarre cada oportunidade como se fosse o projeto mais incrível do mundo. Ande com pessoas que te inspiram todos os dias. E, principalmente, não se subestime.

Pra botar a cara a tapa, primeiro a gente tem que se dar valor. Mesmo quando não acreditamos tanto em nós mesmos. Quanto mais você presta atenção em si mesmo, nos seus limites, entende o seu processo, seu contexto e seus objetivos, mais preparado vai estar pra onde você quer chegar.

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