Diogo Akio

Conheça o conceito Conversa Globo de Diogo Akio, designer de São Paulo. (2015)

Breve apresentação.

Me chamo Diogo Akio de Carvalho Anabuki, tenho 27 anos. Ao contrário do que muitos pensam, “Akio” é um segundo nome japonês, e não um sobrenome [risos]. Nasci em Maceió-AL, mas me mudei para o interior de São Paulo aos 9. Lá, iniciei minha graduação em Publicidade e Propaganda, metade do curso na PUC Campinas, a outra metade na Anhembi Morumbi aqui em São Paulo.

Desde 2007, trabalho no mercado de comunicação digital, no qual passei por algumas agências como CUBOCC, R/GA e ID\TBWA. Até que em 2013 decidi largar a carreira dentro de agências para atuar exclusivamente como designer. Hoje, dirijo meu próprio estúdio com foco em design de interface chamado Quadra Collective.

Como surgiu a oportunidade de fazer um trabalho pra a TV Globo?

Felizmente a oportunidade surgiu logo no começo da Quadra. Sendo mais preciso, foi o segundo projeto. Apesar dos esforços em divulgar o estúdio, a fim de prospectar novos clientes (plano que a primeiro momento não deu muito certo), o projeto acabou surgindo através de indicação.

Aliás, ainda hoje uma parte considerável dos projetos continua sendo em parceria ou por indicação de pessoas que trabalhei ou conheci no mercado da propaganda. Network com certeza é algo fundamental para quem quer iniciar sua jornada por conta própria.

Pelo porte de uma empresa como a Globo, existe todo um cuidado extremo com a manutenção da marca e no significado que o produtos tem para seus consumidores. Como foi a concepção desse projeto sabendo que a Globo possui um respeitoso e extenso guideline?

Desde que surgiu a possibilidade de desenvolver o projeto, a expectativa interna (na Quadra) com a qualidade do projeto era muito grande. Apesar da grande responsabilidade, a melhor estratégia encontrada foi arriscar. O risco que digo, foi na verdade em propor algo que fugisse o padrão dos últimos projetos feitos por eles, mas que ainda tivesse a cara da Globo. Na verdade, a nova Globo que ainda estava (e está) em reformulação.

Em resumo, estes foram os dois principais questionamentos que nortearam a concepção do projeto: como inovar ao mesmo tempo que é precisa passar informação de forma clara e intuitiva para um público vasto, e que possivelmente ainda não está 100% habituado com certos tipos de interações e interfaces menos convencionais? E como seria essa Globo dos próximos anos, que ainda estava com seu novo guideline em transformação?

O site online tem algumas diferenças em relação ao seu layout. Que problemas são enfrentados quando um projeto grande como esse passa a ser implementado?

No projeto conversa.globo especificamente, ficamos responsáveis apenas pela parte de direção de arte/design de interface, e em alguns pontos, pela arquitetura de informação. O resto, acabamos não acompanhando muito pois haviam outros parceiros envolvidos.

De fato há um grande caminho a ser percorrido entre um layout pronto e um site no ar. Hoje, na maioria dos grandes projetos e para grandes empresas, há muitos níveis de tomadas de decisão, e até muitas equipes diferentes trabalhando em um mesmo projeto. Logo, é preciso um esforço, conhecimento e disciplina muito grande dentro das empresas para manter o mesmo entendimento e nível técnico na execução do projeto entre todas as partes envolvidas, sem que nada se perca.

E mais, a missão não é apenas conseguir publicar um site que seja 100% fiel a sua proposta inicial, mas muito também a capacidade de mantê-lo inabalável ao tempo devido a uma série de modificações, tanto na parte estrutural quanto em conteúdo.

Não é um trabalho fácil, que até mesmo os grandes as vezes podem cometer deslizes. Afinal são muitos fatores internos e externos que uma empresa precisa estar atenta para que seu site não se transforme, como chamamos ironicamente, em um “frankenstein”.

Como você evoluiu profissionalmente após esse projeto?

Felizmente o projeto atraiu olhares positivos para a Quadra Collective, ainda mais no momento inicial em que o estúdio estava se desenhando. E isso com certeza é um grande motivador para o que vem depois. Eu sempre acredito que o próximo projeto de alguma forma pode ser sempre melhor que o anterior.

As vezes você pode fazer um layout mais simples em um novo projeto, mas provavelmente terá algo que você aprendeu com o último, que nesse você irá colocar em prática. Ou mesmo um erro que você cometeu antes, que nessa nova oportunidade, não irá repetí-lo novamente. Ou seja, acredito que é sempre importante saber valorizar os feitos bem sucedidos, mas mais importante ainda, é estar atento aos próximos passos.

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